Wednesday, November 14, 2012

Tuesday, November 13, 2012

Se não sabes o que fazer, chore.

se o câncer te faz mal,
tira!
cospe!
xinga!
braveje!

se ele,
ainda assim,
ficar,
chore.

por esta razão
são as lágrimas
tão salgadas.

Thursday, November 8, 2012

o pranto da minha morte é o pranto da minha vida

deixa-me chorar
o pranto da minha
própria morte.

essa angústia é só minha,
e nossa. mas
minha.

Pensei nessas palavras, quase exatas, ao ouvir, beirando a incompreensão, um cantor espanhol num tango, bafejando fúria. Vi, então, meio sem entender a totalidade da sensação, o tamanho da minha solidão.

Thursday, November 1, 2012

parfois mais aussi toujours

meu sono anuncia o fim do dia.
passo minhas horas esperando por esse momento de redenção.
finalmente conseguirei repousar.
se minha angústia fosse menos trágica,
pudesse eu talvez sorrir em vez de calar.

vi gente, e não vi ninguém.
são todos modelos de infelicidade,
(cada qual em sua solidão)
acreditando piamente fazer o bem a si mesmos
por serem assim... como são.
tolos, todos eles, pois mal sabem
o que é sofrer.
nenhuma dor é pequena,
mas todas elas têm seu grito
de egoísmo.

nunca compreenderemos como os outros não conseguem entender nossas mágoas.

sofro a cada inspirar, e como vocês,
todos vocês,
não podem entender meu sofrimento?

finjo a todo momento superar aquilo
que chamo personalidade.
dentro da minha própria ilusão,
creio estar a um passo do colapso que temo.

ele não pode ser previsto,
pois não possui forma.
não o vejo e mal o sinto.
mas sei que meu colapso sobreviverá.

haja dia, haja choro e desespero, haja morte: a tristeza perdurará infinita. 

this song is called I Am So Sad, I Am So Very Very Sad