Tuesday, January 29, 2013

noite

"Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alívio imediato"

Que a noite [me] traga alívio imediato.

Sunday, January 27, 2013

my cat is sad

my cat is sad
no one else in his family is a cat
we are all humans except for him
he is excluded from most things
and no one else tells him why
he just wants to play
and be loved
he looks at us with wonder
and disappointment
he says hello i am a cat what is my existence
what is that / why it and not me / please can you look at me
and love me too
can i have some of your food please im sorry i dont like my
food so much
do you want to play with my toys? this one is my favorite
do you like me
are we brothers
why didnt i grow up
why am i so small
can you help me be happy
where are you going

Wednesday, January 9, 2013

Os muros absurdos

Para um homem, compreender o mundo é reduzi-lo ao humano, marcá-lo com o seu selo. O universo do gato não é o universo do formigueiro. O truísmo de que "todo pensamento é antropomórfico" não tem outro sentido. Assim também o espírito procura compreender a realidade só pode se considerar satisfeito se a reduz em termos de pensamento. Se o homem reconhecesse que também o universo pode amar e sofrer, ele estaria reconciliado. Se o pensamento descobrisse nos espelhos cambiantes fenômenos, relações eternas que pudessem resumi-los e se resumirem elas próprias num princípio único, se poderia falar de uma felicidade do espírito de que o mito dos bem-aventurados seria apenas um ridículo arremedo. 


Camus, A. O Mito de Sísifo: ensaio sobre o absurdo. 2ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara, 1989